KTM em crise: queda de 21% nas vendas e perdas de 800 milhões de euros em 2024
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O ano de 2024 é definitivamente para esquecer para Pierer Mobility. O grupo austríaco, proprietário da KTM, Husqvarna, GasGas e MV Agusta, experimentou resultados desastrosos. Uma queda de 21% nas vendas e uma perda de 800 milhões de euros em receitas é difícil de digerir. O relatório preliminar do ano fiscal de 2024 destaca uma situação delicada para a empresa, especialmente para KTM, que viu suas cifras despencarem. Vamos mergulhar nos números e nas razões que explicam esse desastre.
Uma queda de 21% nas vendas de motos
Pierer Mobility nunca tinha visto algo assim. Se em 2023, o grupo austríaco vendeu nada menos que 372.511 motos, em 2024 conseguiu vender apenas 292.497. É algo simplesmente colossal. As motos não foram vendidas, e as razões são múltiplas. Fala-se de um mercado que se recupera lentamente após a pandemia, mas também de decisões estratégicas que não deram resultado.
O maior revés vem da Europa, que ainda representa uma grande parte das vendas (38% do total, ou seja, 110.000 motos). Mas mesmo em regiões como América do Norte (24%) e Índia/Indonésia, através de seu parceiro Bajaj (21%), KTM não conseguiu manter suas fatias de mercado. É como se as motocicletas já não encontrassem seu lugar em um mundo onde as expectativas evoluem a toda velocidade.
O fechamento de fábricas e demissões em massa
O mais duro é que essa situação tem consequências concretas. Pierer Mobility teve que parar suas fábricas e suspender temporariamente mais de 1800 empregados. Um golpe duro para a marca e para aqueles que trabalham nas linhas de produção. E com uma perda de 800 milhões de euros, o futuro imediato do grupo parece sombrio.
Imagine o desastre: um grupo que faz investimentos colossais em inovação e que, no final, vê suas cifras caírem em picado. Por um lado, temos motores que funcionam a pleno rendimento para lançar novas motos, e por outro, os clientes estão ausentes. É como uma corrida de motos em que você freia em cada curva, sem saber como vai acabar.
A queda de receitas: -29% em 2024
Além da diminuição nas vendas, a empresa registrou uma queda em suas receitas de 29%. Em 2023, Pierer Mobility havia conseguido 2,7 bilhões de euros, mas este ano, caiu para 1,9 bilhões de euros. Que soco, não? E para piorar, as previsões não são nada animadoras: fala-se de um endividamento líquido que pode aumentar no segundo semestre de 2024.
As motos já não estão sendo vendidas tanto, e além disso, o grupo enfrenta um déficit de mais de 300 milhões de euros pela primeira vez em muito tempo. É o tipo de crise que pode abalar todo um conglomerado, e de fato, Stefan Pierer, o chefe da companhia, não conseguiu suportar a pressão e teve que deixar seu cargo.
As razões deste desastre: onde está o problema?
A pandemia deixou sequelas, isso é certo. Mas além disso, podemos questionar a estratégia do grupo. KTM apostou forte em investimentos para desenvolver novas motos e tecnologias, mas a demanda parece ter desacelerado. E em um mundo onde o orçamento dos motociclistas é mais apertado, cada compra se torna uma decisão meditada, longe de ser uma compra impulsiva.
Além disso, a concorrência se intensificou com marcas que conseguiram se adaptar mais rapidamente às expectativas do mercado. Então, que KTM enfrente dificuldades não é realmente uma surpresa, especialmente ao observar como a indústria de motos evolui com o surgimento das motos elétricas e as novas tendências eco-responsáveis.