Ford critica a postura do Reino Unido na sua transição para veículos elétricos
![ford explorer uk 1640x923 1](https://www.automotores-rev.com/wp-content/uploads/2023/09/ford-explorer-uk-1640x923-1.jpeg.webp)
O atraso na eliminação dos motores de combustão interna causa desconforto na indústria automobilística
A recente decisão do Primeiro-Ministro britânico de adiar o fim dos motores de combustão no Reino Unido gerou um forte descontentamento entre fabricantes de automóveis, sendo a Ford uma das vozes mais críticas a respeito. Há três anos, sob o mandato de Boris Johnson, foi estabelecida a meta de fazer com que 100% dos veículos do país fossem elétricos até 2030. A marca americana considera que esse adiamento é prejudicial para o setor.
Ford pede ambição, compromisso e consistência ao governo britânico
Lisa Brankin, diretora-geral da Ford no Reino Unido, manifesta que a companhia precisa de três coisas do governo inglês: ambição, compromisso e consistência. A Ford investiu fortemente no mercado britânico, acreditando que a transição para veículos elétricos representa a maior transformação industrial em mais de um século.
- Ambição: Impulsionar políticas de apoio a curto prazo para o mercado de veículos elétricos.
- Compromisso: Investir em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias limpas, como os veículos a hidrogênio.
- Consistência: Manter e fortalecer os incentivos para facilitar a compra de veículos elétricos pelos consumidores.
Ford aposta no hidrogênio e aumenta seus investimentos no Reino Unido
No momento, Ford está trabalhando no desenvolvimento de veículos movidos a hidrogênio em território britânico. Além disso, durante o último ano, aumentaram seu investimento na fábrica de Halewood para €420 milhões para adaptá-la à produção de veículos elétricos. Essas decisões evidenciam o comprometimento da marca americana com a mobilidade sustentável e seu interesse no mercado inglês.
O alto custo de vida e a falta de incentivos dificultam a adoção de veículos elétricos
A postura da Ford em relação ao adiamento do governo britânico também se deve a aspectos como o elevado custo de vida no Reino Unido e a insuficiente quantidade de incentivos para aqueles consumidores que desejam adquirir um veículo elétrico. A falta de apoio governamental poderia dificultar ainda mais esse processo de transição para uma mobilidade mais limpa e eficiente, o que não afeta apenas fabricantes como a Ford, mas a indústria automobilística do país em geral.
Riscos e oportunidades para a indústria automobilística britânica
As declarações do Primeiro-Ministro e as preocupações expressas pela Ford evidenciam os desafios e riscos que a indústria automobilística do Reino Unido enfrenta em seu caminho para a eletrificação. Por um lado, se não se agir com determinação e rapidez, é possível que outros países se adiantem nessa corrida tecnológica, deixando para trás o mercado britânico.
Por outro lado, o país deve encarar uma situação econômica complicada e incerta, o que dificulta a atração de investimentos estrangeiros para apoiar o desenvolvimento de seu setor de veículos elétricos. Nesse contexto, a Ford insta o governo inglês a realizar maiores investimentos e a manter políticas consistentes em favor da mobilidade sustentável.
A necessidade de uma estratégia integral e colaborativa
Ford e outras marcas automobilísticas buscam que o governo do Reino Unido adote uma postura mais estratégica, focada tanto em impulsionar a inovação interna quanto em fomentar a cooperação internacional. Somente assim será possível alcançar os objetivos ambientais e garantir a prosperidade do setor automotivo no futuro próximo.
Conclusões
O atraso anunciado pelo governo britânico na eliminação dos motores de combustão interna gerou tensões na indústria automobilística, com a Ford expressando abertamente suas críticas e preocupações. A marca americana busca um maior compromisso e consistência nas políticas governamentais para facilitar a adoção de veículos elétricos, ao mesmo tempo em que demanda ações concretas para enfrentar desafios como o alto custo de vida e a falta de incentivos no país. Essa situação apresenta uma série de riscos e oportunidades para a indústria automobilística britânica, assim como a necessidade premente de implementar uma estratégia integral e colaborativa em prol do crescimento sustentável.